Gen AI transformará a rotina de 31,3 milhões brasileiros, aponta estudo
Novo levantamento aponta que 13 profissões estão mais suscetíveis a serem transformadas pela inteligência artificial, principalmente às ligadas a serviços de dados

Foto: Divulgação|CC
Os avanços da inteligência artificial generativa (Gen IA) irão remodelar a maneira como empresas, profissionais e, sobretudo, profissões são organizadas e idealizadas no futuro. É o que aponta uma nova pesquisa da consultoria LCA 4Inteligence apoiada sobre os dados da Organização Internacional do Trabalho (IOT): 31,3 milhões de brasileiros terão seu trabalho afetado pelas ferramentas de IA. Além disso, o estudo indica que 13 profissões estão mais suscetíveis às transformações proporcionadas pela tecnologia, o que representaria 5,5 milhões de trabalhadores.
De forma ampla, a tecnologia vem ganhando terreno dentro de setores e categorias profissionais, passando de 23,8% de áreas atingidas em 2012 para 30,6% no primeiro trimestre deste ano. Certamente, o avanço é ainda tímido frente à totalidade do mercado, mas representa um naco substancial para os contextos mundial (3,3%) e brasileiro (5,4%), principalmente para profissionais de alta qualificação e que, no passado, eram tinham um futuro certo.
Analista financeiro, agente, corretor da Bolsa de Valores, desenvolvedor web, e vendedor por telefone atingiram o nível 4 de exposição à IA, momento em que quase todas as tarefas desempenhadas por profissionais apresentam um alto risco de serem automatizadas. Além dessas ocupações, outras 40 foram classificadas como de nível 3, quando existe uma grande possibilidade de otimização de processos por meio da tecnologia, mas que não existe um padrão único para essas transformações digitais.
Por outro lado, a chegada da inteligência artificial não significará o descarte completo da mão de obra humana, na avaliação do estudo. A transição para diferentes paradigmas de trabalho vai requerer o auxílio de profissionais experientes e com formação sólida técnica, ressignificando postos de trabalho. Em outras palavras, a transformação do mercado não significa a extinção de ocupações, como em muitos momentos da revolução industrial, mas sim uma transformação de como profissionais podem potencializar o uso da tecnologia no mercado de trabalho, por meio de metodologias, processos e, sobretudo, conhecimento de causa.
Para Bruno Imaizumi, um dos autores do estudo, o mais provável é que a tecnologia produzirá uma “reestruturação de tarefas" dentro das ocupações, com a IA assumindo partes rotineiras, liberando tempo para atividades mais complexas e criativas. A maioria das ocupações inclui tarefas que ainda exigem intervenção humana, o que indica que a transformação dos empregos é o impacto mais provável da IA generativa, em vez da automação total”, afirmou.
Outro destaque do estudo é que as mulheres apresentam mais chance de serem impactadas pela IA. Enquanto 3,6% dos homens terão suas ocupações transformadas pela tecnologia, a mais do que dobra com as mulheres atingindo 7,8%. Imaizumi explica que, de forma geral, existe uma predominância no mercado de trabalho feminino de postos administrativos, de escritório e de atendimento ao consumidor, atividades com maior possibilidade de serem substituídas pela inteligência artificial.
Nessa mesma linha, o levantamento aponta que as novas gerações também sentirão os efeitos da IA na hora de escolher carreiras. No Brasil, jovens entre 14 e 17 anos ocupam o grupo mais vulnerável, com 12,8% ocupando a faixa nível 4, aquela mais propensa a terem as tarefas desempenhadas por humanos automatizadas por agentes de tecnologia e máquinas, muito por conta dos primeiros trabalhos desempenhados nessa fase da vida.
Não por acaso, o relatório demonstra que à medida que a faixa etária avança, menor é a chance de as ocupações serem expostas à IA. Mais da metade (60%) dos profissionais acima dos 50 anos serão poucos afetados pelas mudanças de tecnologia, já para aqueles com até 39 anos, os impactos da disciplina na organização do trabalho variam entre 48,9% a 51,5%.
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