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Estudo revela como a inteligência artificial ajuda a detectar o câncer de mama

A tecnologia pode ser usada na rotina de radiologistas, reduzindo em até 40% a carga horária de trabalho humano.

Por: IAIH

Foto: CC| Freepiks

Por: Estela Polito

Uma pesquisa recém-realizada pela Radiological Society of North America (RSNA) revelou que o uso da inteligência artificial (IA) é uma grande aliada no rastreamento do câncer de mama. O estudo mostra como essa tecnologia pode ser usada de forma híbrida, combinando análises da máquina com a de radiologistas, podendo diminuir em até 40% a necessidade profissionais sem comprometer a detecção de tumores.

O grande destaque da pesquisa  foi apontar a  capacidade da IA de reconhecer o seu próprio nível de incerteza. Além do sistema analisar as imagens das mamografias, o sistema também notifica aos médicos o grau de confiança em sua interpretação.

A estratégia híbrida funciona de forma simples: a inteligência artificial vai analisar o exame e, logo em seguida, notificar ao corpo médico a sua taxa de certeza do resultado. Se o sistema mostrar um nível alto de incerteza, o procedimento deverá passar por uma leitura por radiologistas.

Para chegar a tais conclusões, o estudo foi realizado em mais de 41 mil exames de 15 mil mulheres, com exames realizados pelo Programa Nacional Holandês de Rastreamento de Câncer de Mama.

Os resultados mostraram que a IA é capaz de fazer a leitura dos exames permitindo que os radiologistas avaliassem apenas 62% do total, o que significa uma redução de 38,1% da carga horária de trabalho desses profissionais.

O aspecto mais importante é que a qualidade do rastreio se mantém durante todo o processo. Os índices de detecção de câncer permanecem iguais à leitura dupla tradicional, considerado o padrão de excelência.

Segundo a RSNA, sociedade americana de radiologia, o projeto não substitui o papel dos profissionais no campo, mas sugere um caminho mais eficiente com a colaboração de médicos e tecnologia.

Apesar dos avanços, ainda há desafios pela frente. Um ponto ético levantado pela estudo é que cerca de 19% das reanálises seriam decididas por IA, o que pode ocasionar certo desconforto a pacientes ao terem seus prontuários analisados por máquinas. Por isso, os autores sugerem manter a revisão humana em todos os casos.   

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