Broche inteligente, baseado em Inteligência Artificial, promete substituir o celular nos próximos anos

Desenvolvido por ex-desenvolvedor da Apple, o dispositivo foi a sensação durante a Paris Fashion Week, desfilando ao lado da supermodelo Naomi Campbell

Um broche do tamanho de um controle de garagem pode transformar a maneira como utilizamos a tecnologia e, principalmente, interagimos com a Inteligência Artificial (IA). Pelo menos foi essa a sensação dos presentes na última noite do Paris Fashion Week, um dos desfiles definidores da moda em todo mundo. Combinando com peças da grife francesa Coperni, representada pela supermodelo Naomi Campbell, o equipamento ganhou destaque por sua leveza, simplicidade e quase discrição enquanto subia e descia a passarela parisiense.

Mas por que o dispositivo foi o centro das atenções do evento? Para além de seu design, no mínimo chic, o equipamento é um dos primeiros que pode projetar aplicativos, chamadas e demais utilidades de programas de assistência de voz (como a Alexia) de forma simples e objetiva. Por meio de seu desenvolvimento robusto, composto tanto pela Inteligência Artificial generativa quanto o Aprendizado de Máquina (Machine Learning, em inglês), o acessório promete se adequar às necessidades do usuário conforme seja utilizado no seu dia a dia.

No começo de 2023, Imran Chaudhri, ex-desenvolvedor e designer da Apple, fez uma demonstração pública dos recursos de seu Humane Pin AI.  Em um TedTalk curto e bem-humorado, Chaudhri explicou que o dispositivo será um facilitador para usuários, guiando o usuário para tomar as melhores decisões em seu dia a dia. “A experiência que proporcionamos é sem telas, sem intermediários e, sobretudo, sensorial, ouvindo o que você quer que ele [o equipamento] ouça, no momento que for mais oportuno para o desenvolvimento desse tipo de interação”, disse ao longo da palestra.

A empresa por trás dessa ideia é a Humane, startup recém-lançada no mercado, que busca revolucionar a maneira como interagimos com tecnologias e experimentamos inovações. Com o mote “a Inteligência Artificial será o grande motor da transformação de aparelhos telefônicos e da tecnologia nos próximos anos”, a empresa capitaneada por Chaudhri e sua esposa, Bethany Bongiorno espera ser um ator importante para introdução de novos formatos de equipamentos digitais. Em uma entrevista ao portal norte-americano Decrypto, o casal afirmou que a melhor maneira de entender a tecnologia atual é entendê-la como parte de nossas intimidades, de nossas relações pessoais, corpos, mentes e até corações.

E para isso, é fundamental não ser dependente de outros fornecedores, tecnologias ou, ainda, casulas de confiabilidade. Tendo isso em mente, a Humane projetou o “broche inteligente” para ser independente de smartphones ou qualquer integração com plataformas, tornando assim um dispositivo prático para as interações do cotidiano e a construção de uma interface mais voltada ao consumidor.

Do outro lado da moeda, essa falta de conectividade com, por exemplo, o sistema do Google ou o Cloud Apple, pode ser um calcanhar de Aquiles para a inovação. Afinal, hoje essas e outras Big Techs, como Meta (Facebook e Instagram), Microsoft e Spotify detêm grande parte dos nossos dados, voluntário ou involuntariamente, o que pode tornar difícil o processo de migração de usuários para ambientes criados do zero. De fato, a integração da IA generativa com um equipamento inteligente poderia criar um ambiente de customização mais agradável e seguro do que o proporcionado por essas empresas, mas certamente levaria semanas.

De toda forma, o hype já geral, já há centenas de pedidos para adquirir o equipamento. De acordo com a Humane, o broche mais tecnológico do mundo estará disponível para todo o público no dia seis de novembro, mas ainda não adianta o preço, nem as condições de como serão feitos os envios do Humane Pin AI. Apenas o tempo dirá se estamos diante de um artefato revolucionário ou de mais um sonho de uma noite agitada de Paris....