Bolsa de Valores brasileira adota agentes de IA para automatizar operações

Foto: CC/ Rafael Matsunaga - Flickr

Um novo passo para modernizar e acelerar as atividades da bolsa brasileira foi dado na última quarta (23). A partir de agora, as operações da B3 terão o auxílio de agentes de IA para otimizar tarefas e aprimorar o desempenho geral do sistema. Com a ferramenta, o pregão brasileiro espera oferecer informações mais refinadas para acionistas, resolvendo dependências físicas e imprecisões de dados, promovendo uma experiência mais ágil e customizada a  acionistas.

Apelidados de “mordomos digitais”, os agentes de IA atuam na área burocrática da B3, monitorando centrais de atendimento, analisando ligações e dados de atendimentos e, sobretudo, simplificando e afunilando dados de maneira autônoma. Na prática, os auxiliares digitais automatizam diversas tarefas e protocolos realizados por técnicos de TI da empresa, o que reduz o acúmulo de tarefas desempenhadas por profissionais e estabelece um ambiente autossuficiente e com menos erros humanos, que podem influenciar em toda a cadeia de investimento no centro financeiro.

Para Thiago Suzano, Diretor de Engenharia de Software e Dados da B3, a adoção da tecnologia faz parte dos planos da bolsa de aprimorar seu portfólio de soluções para o investidor. “A era da Inteligência Artificial agora é a era dos agentes. Nós já passamos pelo aprendizado de máquina, pelo deep learning, que é o aprendizado profundo, e isso era uma construção de tecnologia para tecnologia onde ainda não víamos aplicações em negócios em larga escala. No mundo, estima-se investimentos de aproximadamente US$ 750 bilhões. De acordo com o IDC Technologies, em 2024 foram investidos US$ 250 bilhões com o uso da IA”, afirmou.

Antes do anúncio da ampliação de agentes de IA em seu ecossistema financeiro, a B3 já utilizava a tecnologia em alguns de seus serviços. O Digital Coach, por exemplo, está conectado diretamente à central de atendimentos da bolsa e analisa se algumas informações passadas pelo operador, como o lucro futuro presumido, estão imprecisas. Por meio do cruzamento de dados, o agente examina essas informações e oferece ao investidor uma versão mais apurada.

Para Suzano, a medida permitirá ampliar a eficácia dos processos da companhia no ambiente digital, que hoje vivem gargalos operacionais devido a tarefas repetitivas e pouco efetivas. “Nós temos dentro da companhia uma grande capacidade intelectual que, muitas vezes, é tomada por tarefas processuais e operacionais. Para aumentar nossa produtividade, usamos as tarefas operacionais e delegamos aos agentes. Nosso objetivo é aumentar a capacidade operacional da companhia, liberando os funcionários para os trabalhos intelectuais, que é a grande diferença do ser humano para a IA”, finaliza.