De olho no leão: IA ganha simpatizantes em 2025, entenda os riscos e benefícios com o uso da tecnologia
Entre as novidades para declarar o Imposto de Renda neste ano, está a autorização da Receita Federal para utilizar ferramentas de inteligência artificial

O período mais aflitivo do ano começou na última segunda-feira, 17, a hora de declarar o imposto de tudo aquilo que foi ganho em 2024. Para além do aumento do teto de isenção para R$ 33.888,00, a edição deste ano também facilitou o uso de ferramentas de inteligência artificial para cruzar informações e automatizar o preenchimento da declaração. Ainda que o uso de soluções possa reduzir o tempo sentando na frente do computador, especialistas afirmam que é preciso ter cautela na hora de confiar na decisão da IA e não cair na malha fina.
Por mais que seja tentador utilizar softwares de raspagem e compiladores de resultados para preencher despesas médicas, escolares e até patrimoniais, deve-se sempre rever o que foi aferido pela máquina e conferir mais de uma vez. Para Paulo Faria, professor de finanças ouvido pela UOL, mesmo com o auxílio da IA, a responsabilidade continua sendo do contribuinte. “O declarante deve verificar a correção dos dados, não podendo se esquivar da responsabilidade ou repassar eventual culpa de erros para terceiros, em caso de inconsistência, pois o Fisco está cada vez mais preparado para fazer o cruzamento de dados e a verificação das informações prestadas”, afirmou.
Entre as modalidades utilizadas para ajudar na luta contra o leão, estão o uso de chatbots e aplicações específicas para compilar dados. Mesmo que essas aplicações permitam mesclar campos e comparar informações, é preciso cautela: nem todos esses apps possuem certificações de segurança ou código aberto, fazendo com que o fornecimento de informações pessoais (CPF, endereço, rendimentos, cônjuges e patrimônio) seja uma escolha arriscada.
Em tempo, a própria Receita Federal dispõe de dois aplicativos seguros voltados para facilitar a vida do cidadão, o robô Leo, assistente virtual para esclarecer dúvidas e fornecer conselhos na hora do preenchimento e a declaração pré-preenchida, que utiliza os dados da última entrega do contribuinte para facilitar a preparação do documento submetido ao Governo Federal e realizar apenas ajustes pontuais.
Um mundo cada vez mais digital
Embora tenha de ser usado com cautela, o surgimento de novos apps comprova a eficiência da tecnologia em tratar dados mais rudimentares que, posteriormente, serão validados pelo próprio contribuinte. “Hoje programas e aplicativos conseguem identificar, organizar e categorizar dados financeiros. Mas é fundamental que o contribuinte compreenda os dados informados e acompanhe o envio da declaração para garantir a conformidade com as regras da Receita Federal”, disse Amarildo José Rodrigues, coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Anhanguera à revista VC S|A.
Ainda segundo o docente, a automatização de processos também incide sobre deduções legais como gastos com saúde e educação, apontando os melhores caminhos para reduzir os valores ao leão ou maximizar o montante da restituição a ser paga pelo Fisco. De toda forma, como a declaração está ligada ao CPF da pessoa, é importante sempre conferir os dados preenchidos antes de mandar a declaração à Receita. Se os contribuintes utilizam a IA para facilitar o preenchimento da folha, de um lado, o Governo também dispõe da tecnologia para cruzar informações e encontrar incompatibilidades, de outro.
Neste ano, o prazo final para a entrega do Imposto de Renda é 30 de maio, sexta-feira. Para evitar multas e ter o passaporte retido, faça a declaração antes da data pelo aplicativo ou pelo site, direto pelo cadastro Gov.br. Vencer a batalha anual com o leão é o primeiro passo para um ano de sucesso.
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