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Inteligência artificial ganha fôlego em conselhos administrativos, aponta pesquisa  

Órgãos de consulta corporativos acreditam que a tecnologia se tornou um alicerce de produtividade e eficiência contemporânea

Por: André Vieira

O mercado brasileiro abraçou de vez a inteligência artificial (IA). À primeira vista, a frase pareceria uma obviedade para analistas e tomadores de decisões mais experientes que navegam pelos altos e baixos do mercado; em tempo, a novidade da vez é que os conselhos administrativos também começaram a surfar na onda da IA. É o que aponta o último levantamento anual de auditoria britânica Ernst & Young (EY), dado em primeira mão pelo Jornal Valor Econômico

De acordo com o relatório, a tecnologia se tornou prioridade dos conselheiros corporativos devido ao seu potencial de transformar modelos e cultura de negócios de forma ágil e perene. Com efeito, para 75% dos gestores brasileiros que responderam à enquete é preferível investir em soluções e ecossistemas que favoreçam a IA do que priorizar a mitigação de riscos relacionados a ela, como ciberataques, alucinações e lacunas de habilidades técnicas encontradas em departamentos de TI. 

Ainda segundo o levantamento, a temática fará parte do planejamento de altas chefias, principalmente, em empresas que não tem  a principal atividade ligada à tecnologia. O reposicionamento de lideranças diz respeito à necessidade de adequar ambientes corporativos e culturas de trabalho às novas demandas de mercado, notadamente, àquelas ligadas ao aumento de performance, agilidade e independência entre setores. Em síntese, o setor acredita que haverá um “efeito cascata” em diferentes organizações ao longo de 2025, consolidando a corrida pela inovação dentro das fronteiras brasileiras.   

Para além da tecnologia, outro destaque do levantamento é a desimportância que empresas nacionais deram às condições econômicas do País em 2024. Fatores como câmbio desvalorizado, baixa capacitação de mão de obra e o tradicional custo-brasil foram desconsiderados frente à resiliência corporativa. “Para o Brasil, este tópico apareceu em segundo lugar no ano passado, e junto com riscos políticos foi um dos itens com maior redução de relevância entre um ano e outro. Este movimento acontecendo num momento de volatilidade econômica local e global possivelmente denota uma perspectiva otimista e uma crença de resiliência das empresas brasileiras às turbulências internas e externas”, afirmou Andréa Fuga, sócia-líder de avaliações, modelagem e consultoria econômica da EY para América Latina.

Ética e colaboração também são chave para adoção da IA

Outro fator imprescindível para acelerar e aprofundar as jornadas de inteligência artificial é mediar os processos de implementação de tecnologia a partir de práticas abertas, conhecidas popularmente como código aberto. O open source está no centro da democratização da IA por meio de transparência, colaboração, auditoria de dados e, sobretudo, compartilhamento de boas práticas de segurança e desenvolvimento. 

Na avaliação da Red Hat, líder de soluções open source, a transparência está no centro do desenvolvimento ético da tecnologia. A IA aberta e pública floresce sob o princípio de que a transparência fomenta a confiança, responsabilização e colaboração. Ao tornar metodologias, fontes de dados e processos de tomada de decisão acessíveis, desenvolvedores e tomadores de decisões podem construir sistemas que sejam compreensíveis, justos e colaborativos para que diferentes organizações consigam personalizar soluções de tecnologia e equalizar culturas corporativas. 

Ainda que a aplicação de pequenos e grandes modelos de linguagem ( SLMs e LLMs, respectivamente) esteja longe do horizonte da maioria das pequenas e médias organizações brasileiras, é sempre mais fácil começar a jornada pelo caminho certo. Seja otimizando ferramentas e aplicações ou remodelando áreas técnicas, o código aberto é o motor de um desenvolvimento perene e sustentável.  

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