IAgora

Meta lança sua ferramenta da IA no Facebook, Instagram e WhatsApp

BigTech entra de vez na corrida pelos modelos de IA generativa e ameaça a hegemonia do modelo de negócios de Microsoft e Google

Por: André Vieira

Nos últimos dias, usuários do WhatsApp começaram a notar uma bolinha furta-cor na barra de procura do aplicativo, trata-se da nova ferramenta de Inteligência Artificial Generativa no mercado, a Meta IA. Identificada com um selo de “conta verificada” dentro da plataforma, o assistente virtual se baseia nos dados pessoais de usuários para fornecer os mais variados serviços: desde providenciar os resultados da libertadores, oferecer informações de empresas, fazer brincadeiras no grupo interno de amigos e até criar imagens instantâneas.

Com o lançamento da utilidade, a Meta, conglomerado que abrange Facebook, Instagram e WhatsApp, entra de cabeça na corrida dos modelos de Inteligência Artificial Generativa (GenAI), monopolizados pela Google (Bard AI) e Microsoft e Open AI (ChatGPT). Diferentemente das interações entre usuários, as conversas com o IA da Meta não são protegidas por uma criptografia de ponta a ponta. Segundo a companhia, a intenção é permitir com que exista uma interação humana mais com a máquina, treinando-a para entender melhor o comportamento de pessoas e criar recursos inovadores nos bate-papos.

Apoiada sobre o modelo IA LLama 3.1.405b, divulgado oficialmente pela empresa em maio, o grande diferencial de seus concorrentes é a técnica de “cadeia de pensamento”. O recurso se baseia na divisão de tarefas complexas em etapas menores, o que permite que a ferramenta responda aos pedidos dos usuários de maneira mais precisa e sensata, sem incorrer em alucinações algorítmicas — criar respostas completamente desconexas da realidade apenas para atender ao enunciado da pergunta. De acordo com a meta, o modelo seria autossuficiente para aprender os próprios erros e se corrigir por meio de um “aprendizado de reforço”.  

Apesar da técnica de "cadeia do pensamento", quando perguntada para fazer uma imagem do Batman comendo um pé-de-moleque, tal imagem pareceu. Foto: MetaAI

"Esperamos que, à medida que a IA se torne cada vez mais super-humana, ela se torne cada vez melhor em verificar seu próprio trabalho, de modo que realmente seja melhor que a média humana", disse Jason Weston, um dos pesquisadores envolvidos no desenvolvimento ao portal FastCompany.. "A ideia de ser autodidata e capaz de se autoavaliar é essencial para alcançar esse tipo de nível super-humano de IA.", completou

Dependência algorítmica: é possível fugir da IA?

O anúncio do assistente virtual foi recebido de maneira contraditória pelos usuários da Meta. Alguns enalteceram a ferramenta agregadora de dados, que pode oferecer informações sob medida e interagir de maneira com grupos de amigos e família. No entanto, uma grande maioria criticou a incorporação da ferramenta sem qualquer aviso aos clientes nem assinatura de um termo de consentimento prévio.

Até setembro deste ano, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), órgão ligado ao Ministério de Justiça e Segurança Pública, proibia a BigTech de utilizar dados pessoais de brasileiros para o treinamento de seu modelo de IA. No entanto, após se comprometer a cumprir um extenso Plano de Conformidade de transparência e segurança, a autarquia recuou e permitiu a entrada do serviço no país, que originalmente estava previsto para ser lançado em julho. Entre as exigências do ANPD, menores de 18 anos não poderão ter interações com o algoritmo e o conglomerado deve notificar aos usuários sempre que utilizar informações pessoais em suas respostas.

Oficialmente, não é possível desabilitar a ferramenta do WhatsApp. Por mais que usuários excluam o perfil oficial da Meta AI da conversa e bloqueiem o número em sua agenda telefônica, a bolinha colorida continuará na barra de busca do aplicativo. Uma alternativa realizada por consumidores é desabilitar as atualizações da aplicação no Google Play e na AppStore, contudo, a prática poderia trazer instabilidades de segurança no serviço e permitir o vazamento de dados.  

Em poucas palavras, ainda que não seja utilizado pelo usuário, o modelo de IA persistirá entre os recursos disponíveis no app. O mesmo deve acontecer com o Facebook, o Instagram e os óculos Ray-Ban Meta. Sempre ansiamos ter mais acesso à tecnologia e a novas maneira de interação digital, mas IAgora?

4 cometários

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