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Inteligência Artificial se tornou aliada no combate de incêndios no Brasil  

O desenvolvimento e o aperfeiçoamento de tecnologias preditivas permite que socorristas se antecipem à queimada e brigadistas formem estratégias mais ágeis para o controle de chamas Que calor é esse, hein? De acordo com dados do Programa de Queimadas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o mês de setembro bateu recorde de temperatura e […]

Por: André Vieira

O desenvolvimento e o aperfeiçoamento de tecnologias preditivas permite que socorristas se antecipem à queimada e brigadistas formem estratégias mais ágeis para o controle de chamas

Que calor é esse, hein? De acordo com dados do Programa de Queimadas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o mês de setembro bateu recorde de temperatura e registrou o maior número de queimadas na série histórica. Foram 77 mil focos de incêndio nos últimos 25 dias, sendo que 50% deles se concentravam na região amazônica. Além da devastação ambiental, o fogo também prejudica a vida humana, impactando diretamente 15,4 milhões de brasileiros e representando R$ 1,3 bilhão de prejuízos à economia, segundo levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM).

Felizmente, avanços tecnológicos vêm contribuindo para mudar esse cenário. Por meio do uso de satélites e câmeras treinadas com modelos de Inteligência Artificial, fazendas, reservas naturais e até cidades de pequeno porte podem antecipar a vinda de brigadistas e socorristas e evitar que o incêndio se torne endêmico. Ainda que colocar as mãos em ferramentas e modelos de ação preditiva possa custar uma pequena fortuna, a prevenção é o melhor caminho para antecipar ações coordenadas e planejar o controle das chamas.

Sede do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), em Corumbá (MS). Foto: Divulgação/reprodução.

Em julho, o Instituto Homem Pantaneiro (IHP), organização de preservação da biodiversidade do pantanal, assinou um acordo de coordenação técnica com o Ministério Público do Mato Grosso do Sul para ampliar a base de monitoramento e controle das chamas no bioma. Nos últimos meses, o IHP detectou os primeiros focos de um incêndio na Serra do Amolar, no município de Corumbá, em segundos. Após a descoberta da queimada, o corpo de bombeiros foi acionado e em poucos minutos a situação foi controlada.

A rapidez para identificar a origem no incêndio foi possível graças ao uso de câmaras inteligentes com treinamento de IA e Machine Learning. Equipadas com uma visão 360 graus, os dispositivos monitoram até 400 mil hectares de forma simultânea (cera de três vezes o tamanho do município de São Paulo), o que é fundamental para mobilizar equipes desde o primeiro sinal de fumaça. Uma das vantagens do sistema é justamente a velocidade que ele detecta. Comparado a sistemas anteriores, que usavam satélites e levavam três horas para detectar, o fogo já se espalhou, está incontrolável e não tem muito o que fazer", afirmou Igor Pinho Souza, analista de tecnologia do Homem Pantaneiro ao Globo Repórter.

Startup brasileira busca transformar a prevenção de incêndios no campo

Outra iniciativa que está dando o que falar é a Umgrauemeio, empresa cujo nome se inspira na meta mundial para reduzir o aumento da temperatura global a 1,5ºC. Utilizando equipamentos semelhantes ao Instituto do Homem Pantaneiro, atualmente a startup realiza a vistoria de mais de 17,5 milhões de hectares já ajudou a combater 25 mil focos de incêndio. Nas contas de Rogério Cavalcante, CEO e fundador, a antecipação traduz na redução de 18 milhões de toneladas de CO₂ e na contenção de R$ 100 milhões de danos.

Para ele, a prevenção é a única maneira de evitar que o fogo se alastre no campo. “Todo incêndio começa pequeno. Quanto mais rápido você detecta um princípio de incêndio, menor vai ser o esforço de combate. Não vamos ter como evitar os focos de incêndio, eles vão ocorrer. O que precisamos evitar é que o foco se torne incêndio”, disse ao portal Exame.

Na avaliação de Cavalcante, o formato de câmaras inteligentes é o mais assertivo para identificar a origem das queimadas. Por mais que o monitoramento via satélite possa ser uma alternativa para detecção de focos, principalmente para áreas de baixo risco, a abordagem apenas fornece um panorama da região, deixando de lado detalhes importantes. “Numa média, levam de três a seis horas para saber que um lugar tem foco de incêndio. É um tempo fatal”, explicou.

Entre os grandes feitos Umgrauemeio está o monitoramento do projeto Abrace a Floresta, em parceria com a JBS, que abrange 2,5 milhões de hectares no Pantanal e é uma das únicas áreas que não grandes queimadas neste ano.

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