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Investidores temem que o mercado viva uma “bolha da IA”

Derretimento da bolsa de Tóquio desde em conjunto com perdas bilionárias das “Magnificent Seven” leva especialistas a crer em desvio de rota O mundo inteiro foi pego de surpresa após a reviravolta dos mercados na segunda-feira, 5/08. Apelidada de “Black Monday” (segunda-feira negra), a jornada foi tumultuada entre bolsas, em especial na de Nikkei (Tóquio, […]

Por: André Vieira

Derretimento da bolsa de Tóquio desde em conjunto com perdas bilionárias das “Magnificent Seven” leva especialistas a crer em desvio de rota

O mundo inteiro foi pego de surpresa após a reviravolta dos mercados na segunda-feira, 5/08. Apelidada de “Black Monday” (segunda-feira negra), a jornada foi tumultuada entre bolsas, em especial na de Nikkei (Tóquio, Japão) que caiu 12,4% em um único dia, o pior resultado das ações japonesas desde 1987.

 A princípio, o grande responsável pelo choque internacional foram os resultados magros do governo dos Estados-Unidos sobre a geração de empregos em conjunto com a valorização do iene (moeda chinês) frente ao dólar. A soma dos fatores preocupou investidores sobre uma possível escalada dos juros americanos e além de novo recesso global no horizonte, com efeitos dramáticos para mercados emergentes como o Brasil. No entanto, depois da sacudida da poeira, analistas econômicos acreditam que outro ponto determinante para baque foi a quebra de expectativas com o futuro da Inteligência Artificial (IA).

Ainda que o mercado da IA tenha como marca a volatilidade dos papéis das Magnificent Seven (Amazon, Apple, Alphabet, Microsoft, Meta, Tesla e Nvdia), o tombo conjunto de US$ 900 bilhões no último dia 5 começa a chamar a atenção do mercado sobre um possível movimento de manada. Para especialistas, dois fatores influenciaram na quebra de confiança de investidores: 1. o aumento exponencial do preço das ações das BigTechs, em especial a Nvdia, segundo uma promessa de expansão infinita do mercado; e, 2. o anúncio da Warren Buffett a respeito do corte de 50% na participação dos processos de fabricação da Apple.

A pulga atrás na orelha para investidores é quão profunda a desconfiança em produtos financeiros de Inteligência Artificial pode impactar os futuros resultados da bolsa norte-americana. Imagem: Leonardo AI

Soma-se a essa descrença do mercado uma certa impaciência das bolsas, em especial Wall Street, sobre a viabilidade da IA em mostrar resultados mais promissores a longo prazo. Desde o lançamento do ChatGPT, acionistas têm despejado montantes a fim de se tornarem os próximos bilionários em alguns meses, a realidade, no entanto, é outra. “Agora que a Inteligência Artificial ganhou notoriedade e se multiplicou em diversas aplicações, a verdadeira disputa será vencida por quem souber monetizá-la”, disse Marcelo Coutinho, especialista em investimentos e analista CNPI do TradersClub ao portal B3.

O fim do sonho ou apenas um ajuste de rota?

A pulga atrás na orelha para investidores é quão profunda a desconfiança em produtos financeiros de Inteligência Artificial pode impactar os futuros resultados da bolsa norte-americana. Vendo em retrospecto, Nasdaq e S&P 500 vêm apresentando resultados promissores após a turbulência da pandemia; por outro lado, o apetite para o investimento em papéis de alta liquidez também seria um elemento de preocupação a acionistas. Segundo a consultoria Capital Economics, um indício desse movimento é grande fatia de participação da Nvidia no S&P, cerca de um terço de todo o desempenho do ano veio diretamente da fabricante.

Para Neil Shearing, economista-chefe da consultoria, ainda é cedo para fazer um prognóstico sobre o fenômeno, devido à natureza efêmera do mercado. Embora uma coisa é certa: a alta das IA não será eterna. O maior exemplo é a Intel, uma vez líder na produção de tecnologias e condutores no passado, hoje vive uma sequência interminável de layoff e o enxugamento de operações.  

Em tempo, a crise deve ser passageira, na avaliação do economista. O câmbio valorizado, o mercado aquecido por inovações e a mudança da regra americana para lucros por ação (EPS) ainda colocam a economia norte-americana como o principal motor global.  E mesmo que o “fechamento da torneira” da Inteligência Artificial traga problemas futuros para a economia, Shearing acredita na resiliência das bolsas norte-americanas para superar tempos incertos, como a bolha pontocom e a recessão de 2008. 

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