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Cresce o número de golpes no Brasil utilizando deepfake

Utilizando ferramentas de Inteligência Artificial para clonar rostos e imitar a voz das vítimas, criminosos sofisticaram a maneira de cometer fraudes. Quando atendeu o celular para uma chamada de vídeo, a advogada licenciada Karla Pinto, não imaginava que estava falando com um programa de Inteligência Artificial (IA). Do outro lado da linha, com imagem perfeita […]

Por: IAIH

Utilizando ferramentas de Inteligência Artificial para clonar rostos e imitar a voz das vítimas, criminosos sofisticaram a maneira de cometer fraudes.

Quando atendeu o celular para uma chamada de vídeo, a advogada licenciada Karla Pinto, não imaginava que estava falando com um programa de Inteligência Artificial (IA). Do outro lado da linha, com imagem perfeita e a voz um pouco dessincronizada estava sua filha, a também bacharel em direito e criminalista, Hanna Gomes. Mal sabia Karla que se tratava de uma tentativa de golpe virtual, chamado de deepfake. Conversa vem e conversa vai e a suposta filha da aposentada pediu que R$ 600 fossem depositados na conta de uma amiga de Gomes. Desconfiada, a mãe perguntou à sucessora qual era o nome do cachorro da família e dos vizinhos que viviam no bairro. Após a pergunta, a ligação foi encerrada.

 Episódios como o vivido por Karla e Hanna, em depoimento à BBC Brasil,  tem sido cada dia mais comuns no dia a dia de brasileiro em todo o território nacional. De acordo com os resultados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023, em um ano, houve um aumento de 65% na quantidade de casos de estelionato via canais digitais como sites, aplicativos e até em promoções. Para se ter uma ideia do tamanho do crescimento, 2021 a cifra foi 120.470 de norte a sul do País, enquanto 2022 registrou 200.323 ocorrências.

De acordo com Gomes, por ser uma profissional destacada no mercado, a advogada possui diversos conteúdos e vídeos disponíveis na internet, o que é um prato cheio para criminosos equipados com esse tipo de tecnologia. “Eram o meu rosto, o meu cabelo e a minha voz. O único detalhe é que a voz estava um pouco em descompasso com o vídeo, mas sabemos que isso pode acontecer devido à conexão com a internet” É assustador ver a evolução desse tipo de golpe", afirma a criminalista.

Inteligência Artificial: Uma faca de dois gumes?

A despeito dos modelos de Inteligência Artificial generativa serem ótimos instrumentos para desenvolvedores de software, juristas, profissionais criativos e até empresas de marketing, a tecnologia não é uma panaceia para os problemas humanos. Além de apresentar defeitos de funcionamento em sua geração de dados (as chamadas “alucinações”), a ferramenta pode ser utilizada por pessoas mal-intencionadas para produzir vírus, capturar dados sigilosos de clientes e, pior, até roubar a identidade digital cidadãos, seja os documentos de identificação, como o RG, ou até suas características faciais.

Não é para menos que um relatório da empresa de verificação de identidade, Onfido, aponta que o número de golpes utilizando a manipulação de fotos, áudios e assinaturas digitais cresceu mais de 31 vezes, ou cerca de 3.0000%, entre 2022 e 2023. Ainda segundo o levantamento, o principal responsável pela elevação absurda desses crimes digitais é devido à democratização de ferramentas de IA, sobretudo, no aprendizado e na prática de atos criminosos antes desconhecidos. Embora a maioria das fraudes tenha sido como a vivenciada por Karla e Hanna, sem muito conhecimento prévio do histórico das duas, o desconhecimento dessas práticas pode induzir vítimas ao erro.

Afinal, a escola do crime digital foi renovada. Entre opções como ChaoGPT, FreedomGPT ou outros fóruns especializados no assunto, a Inteligência Artificial pode ser uma das grandes vilãs do Século XXI. Ou a grande heroína. Para tirar à prova a indecisão, é preciso mais do que ferramentas inovadoras e programas de linguagem poderosos, a inteligência humana deve ser o grande norteador da máquina e do bem-estar dentro e fora do mundo digital.

1 comentário

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