Consultorias internacionais preveem futuro da Inteligência Artificial

Goldman Sachs e Citibank, ambas instituições norte-americanas, avaliam que haverá diferentes fases da tecnologia e é preciso se preparar.

O recente boom por chips de Inteligência Artificial fez empresas de semicondutores como a NVIDIA se tornarem, do dia para a noite, grandes players no panorama mundial. Para se ter uma ideia do tamanho do crescimento da multinacional norte-americana, em menos de um ano, os papéis da bolsa subiram 251,98%, o maior crescimento no período. No entanto, para analistas de mercado, é difícil que essa disparada se mantenha por muito tempo; a exemplo da série histórica, apenas 121 empresas do ranking S&P 500 puderam manter o ritmo acelerado durante cinco anos consecutivos.

A bolha dos domínios .com foi exemplar para mostrar esse movimento: muitas vezes, organizações prometem mundos e fundos a investidores que, simplesmente, não têm tanta paciência para esperar uma virada no mercado. Com a NVIDIA não foi diferente, em março a companhia registrou uma desaceleração no preço das ações que subiram apenas 0,42%.

Nesse contexto de mudanças e, muitas vezes, incertezas para o investimento de empresas em tecnologia e capacitações de funcionários, instituições financeiras incentivam tomadores de decisões e investidores a terem cautela e diversificar suas abordagens. De acordo com um relatório da Goldman Sachs, instituição financeira norte-americana, teremos ao menos três fases complementares a atual conjuntura da IA: duas etapas com foco no desenvolvimento e fabricação da infraestrutura para viabilizar a tecnologia e outra voltada para serviços integrados com a Inteligência Artificial e capitações que viabilizem o trabalho de novos profissionais na área.

De outro lado, especialistas da CitiBank acreditam que o melhor caminho para empresas, investidores e profissionais é procurar áreas que possam ser valorizadas a médio e longo prazo, como softwares e ferramentas de Inteligência Artificial, capitações de tecnologia e demais estudos práticos que possibilitem a integração da IA no dia a dia corporativo, como aplicativos de produtividade, workshops de treinamentos e demais disciplinas que facilitem a jornada de organizações no novo paradigma comercial e tecnológico.

O futuro é logo ali

Apesar de nem todas as empresas estejam dispostas a fazer mudanças significativas para acomodar ferramentas e mentalidades centradas em tecnologias emergentes, a exemplo da IA, o mercado como um todo já está apostando alto na convergência de negócios. "Esperamos que os investidores negociem as ações da segunda e terceira fases mais rapidamente do que as da quarta fase, pois muitas empresas das segunda e terceira fases são necessárias para que as da quarta fase possam usar a tecnologia para melhorar a sua produtividade", comenta especialista do Goldman Sachs para o jornal Valor Investe. 

Na avaliação de analistas de mercado do Citibank, também ouvidos pelo Valor, o arrefecimento da tendência da Inteligência Artificial acende um alerta para investidores, é preciso diversificar os investimentos. “Podemos estar nos afastando de um ambiente no qual ‘a vencedora leva-tudo’”. Em outras palavras, a bolha de criadores e facilitadores que atualmente se concentra nos Estados Unidos pode estar na iminência de ser furada, devido à criação de novas tecnologias e modelos de negócios longe dos domínios norte-americanos.

Para se ter uma ideia da disritmia do mercado, embora os movimentos ligados a chips, segurança corporativa e outras fábricas de tecnológicas físicas tenham puxado os investimentos em IA, do outro lado da moeda, serviços ligados à tecnologia, como a função generativa e de modelos de linguagem grandes (LLMS), não acumulam nem 2% de crescimento desde setembro de 2023.