A inteligência artificial como motor da transformação corporativa foi o tema central do Red Hat Summit em São Paulo
Evento reuniu especialistas e executivos para discutir o papel da IA generativa, governança de dados e engenharia de plataformas
Foto: Divulgação| Red Hat
Por Eric Finger
A inteligência artificial deixou de ser uma promessa distante para se tornar um dos principais motores de transformação nas empresas. Esse foi o tom que marcou as discussões do Red Hat Summit Connect São Paulo 2025, realizado na última terça-feira (21), no Teatro Santander, reunindo lideranças do setor de tecnologia e executivos de grandes organizações brasileiras.
O encontro trouxe reflexões de como a IA está redefinindo o ambiente corporativo, da cultura organizacional à estrutura técnica das equipes de desenvolvimento. Em um momento em que muitas empresas ainda tentam entender como aplicar a tecnologia de forma concreta, o evento destacou a necessidade de planejamento estratégico e integração entre pessoas, processos e inovação.
“Hoje existe um sentimento comum no mundo empresarial: o chamado FOMO AI, ou o medo de ficar de fora da onda da inteligência artificial. Esse temor de perder algo não é novo, mas a sensação de que, se não adotarmos a IA agora, ficaremos para trás, vem ganhando força”, observou Sandra Vaz, Country Manager da Red Hat Brasil. “Nosso papel é ajudar as empresas a superar a fase experimental e chegar a implementações robustas, seguras e adaptadas às suas necessidades”, completou.
Entre os painéis, especialistas discutiram a transição das práticas de DevSecOps para o conceito de Platform Engineering, que promete mais agilidade e eficiência às áreas de TI. Segundo Boris Kuszka, diretor de Arquitetos de Solução da Red Hat para a América Latina, esse movimento mostra que o avanço tecnológico é contínuo e exige preparo para diferentes cenários. “Antes da IA generativa, falava-se em IA preditiva e ambientes híbridos de nuvem. Cada uma dessas fases trouxe aprendizados que agora se somam. A inovação é uma jornada, não um salto”, afirmou.
Outro ponto abordado foi o impacto da IA sobre o planejamento de negócios. Gilson Magalhães, VP e General Manager da Red Hat na América Latina, ressaltou que a adoção da tecnologia deve vir acompanhada de uma visão estratégica. “Muitas empresas quebram por falta de uma estratégia de curto e médio prazo, assim, é fundamental avaliar o impacto de cada tecnologia para a saúde financeira. Por isso, a Red Hat acredita em formato aberto, no qual a empresa tem acesso ao melhor custo benefício: soluções baratas, customizáveis, escaláveis, flexíveis e, mais importante, seguras para a implementação, fase de treinamento e testes", disse.
Além dos debates técnicos, o evento também trouxe uma reflexão mais ampla sobre o papel humano na era da IA. Alexandre Duarte, VP de Serviços da Red Hat para a América Latina, destacou que a transformação vai além dos algoritmos. “A IA não é somente uma transformação tecnológica, ela também representa uma reestruturação cultural no ambiente profissional. Ela deve ampliar o conhecimento humano, e não substituí-lo”, afirmou.
Encerrando o encontro, o futurista Carlos Piazza provocou a plateia sobre o ritmo acelerado das transformações tecnológicas e a necessidade de resgatar a profundidade no uso das inovações. “O aceleramento do tempo e a agilidade de como processos são geridos sabotam a profundidade com que usufruímos de inovações. Muito disso decorre da natureza do ambiente competitivo, que nos empurra a uma certa rapidez e produtividade. Por isso, muitas empresas precisam dedicar um tempo preciso para aprender novas tecnologias e soluções para adquirir um arcabouço do conhecimento necessário para pavimentar minimamente seu território”, concluiu.
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