Startups com foco em IA começam a dominar o mercado
De acordo com levantamento, mais da metade dos negócios que se tornaram unicórnios neste ano fornecem serviços de tecnologia

Foto: CC| Freepik
Provando-se mais do que uma onda passageira ou uma febre entre clientes, investidores e tomadores de decisões, os avanços proporcionados pela tecnologia, definitivamente vieram para ficar. É o que mostra um levantamento de mercado realizado pela consultoria CB Insights neste segundo semestre. Segundo a agência financeira, de janeiro para cá o percentual de startups unicórnios, empresa com uma valuation superior a US$ 1 bilhão, superou a faixa de 50%, reforçando a crença na inovação.
Recursos humanos, atendimentos, logística, marketing, automação de processos, não faltam áreas em que a disciplina não tenha revelado a sua viabilidade para transformar negócios e propiciar novas oportunidades empresariais. Com efeito, um levantamento do Boston Consulting Group (BCG) enfatiza que a IA proporciona uma janela para o desenvolvimento de vantagens competitivos, melhorando a eficiência operacional em companhias e oferecendo experiências mais personalizadas a clientes. Não à toa, 28 dos 53 unicórnios de 2025 atuam nas duas frentes: entregando “soluções prontas” por meio de agentes de IA e disponibilizando a base para a criação de SLMs próprios
Entre as empresas brasileiras que integram esse vasto ecossistema, destacam-se a Relpz.com e a HRelper.com, ambas voltadas ao fornecimento de soluções prontas para a aceleração de empresas. Outro player que tem movimentado o mercado é a EvoluRP, um sistema global de gestão empresarial que disponibiliza assistentes digitais para automatizar tarefas e automatizar a cadências de processos empresariais.
Apesar de representar um mercado em ascensão, Rodrigo Salgado, diretor da Relpz, calcula que o contexto aponta para uma bolha no segmento e toda cautela é pouca. “O mercado está muito atento a soluções de IA. Muitas vezes sem nem entender direito onde e como aplicar a inteligência artificial, mas com um senso de 'preciso fazer algo ou vou ficar para trás'. Por outro lado, vejo uma avalanche de soluções milagrosas de IA que ainda não possuem nenhum caso de sucesso sendo ofertadas. Por isso, é importante sempre atentar-se aos clientes atuais e ao benefício real já obtido pelas soluções de IA", disse.
Esse movimento de atenção parece também ecoar entre investidores. Para analistas da CB Insights, fintechs e startups de consumo ainda estão entre as preferidas do mercado para realizar saídas mais robustas ou, ainda, fechar acordos de Função e Aquisição (M&A, sigla em inglês). A análise se baseia em um entendimento que o mercado de IA é primordialmente dominado pela volatilidade de ativos, seja entre BigTechs como Microsoft, Oracle e NVIDIA, seja no setor de empresas emergentes.
No entanto, segundo Marcelo Rosa, CTO da T2S, a inteligência artificial é o primeiro passo para uma mudança mais profunda na forma de fazer negócios. “O avanço das startups de IA representa não apenas um novo ciclo de inovação tecnológica, mas também uma transformação mais ampla na forma como as empresas estruturam seus processos e tomam decisões. Governança de dados, qualificação de equipes e compromisso com a ética no uso da tecnologia são temas que caminham lado a lado com esse movimento, cuja tendência é ganhar ainda mais tração nos próximos anos", concluiu.
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