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 Defendendo a “liberdade de expressão”, administração Trump apresenta seu plano de ação para a inteligência artificial

O documento se baseia em três eixos para a expansão da IA norte-americana: soberania energética, diplomacia com outros países e fim do “viés ideológico”

Por: André Vieira

Foto: Divulgação| Casa Branca

O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou seu projeto para retomar a liderança na corrida pela inteligência artificial. Em uma conferência de imprensa na Casa Branca, no última quarta-feira (23), a gestão Trump apresentou um documento sucinto, com 90 medidas objetivas, com o objetivo de reposicionar os Estados Unidos como a maior potência de tecnologia, superando, a China, principal rival econômico do país e maior ameaça nessa nova era digital. 

Divido em 28 páginas, o documento é se apoia sobre três eixos fundamentais para viabilizar o plano de ação norte-americano: soberania energética e construção de novos datacenters, melhoria das relações diplomáticas com outros países e fim do “viés ideológico” que teria sido incentivado pela gestão do ex-presidente, Joe Biden. 

O primeiro ponto integra um projeto bilionário de Washington para transformar o estado da Pensilvânia, região nordeste do país, em polo de referência para a IA. Segundo um anúncio disponibilizado no último dia 16, serão investidos US$ 90 bilhões em iniciativas de energia, tecnologia e inteligência para transformar a região.   

A segunda iniciativa se refere à “diplomacia na era da IA”, nas palavras do principal assessor da Casa Branca para a tecnologia, David Sacks. O objetivo é mobilizar a Agência de Desenvolvimento e Financiamento dos Estados Unidos e o Banco de Exportação e Importação dos Estados Unidos, os braços financeiros dos Estados Unidos, no apoio da exportação da inteligência artificial americana para outras nações. Para isso, o governo estadunidense eliminaria amarras tributárias e burocráticas como um incentivo para impor os modelos IA do país, como Google, Oracle e Microsoft, como padrão internacional. 

Por fim, a última diretriz do programa norte-americano tem como objetivo acabar com o que o presidente Trump considera como “viés ideológico”, ou seja, políticas de diversidade e inclusão dentro de empresas. Para isso, o primeiro passo será proibir que órgãos, ministérios e agências governamentais tenham acesso a modelos de IA de empresas que sigam qualquer tipo de menção à dita “cultura woke”, movimento político que busca conscientizar a sociedade estadunidense sobre pautas sociais. 

Na conferência, representantes da Casa Branca afirmaram que o foco da medida é “garantir que esses sistemas permitam a liberdade de expressão”. Em outras palavras, que restrinjam esses softwares a qualquer tipo de cultura organizacional que tenha como política pautas de diversidade e inclusão de minorias. 

“De agora em diante, o governo dos EUA lidará apenas com a IA que busca a verdade, a justiça e a estrita imparcialidade”, afirmou Trump durante a conferência de imprensa. “Também temos que ter um único padrão federal. Não 50 estados diferentes que regulam esta indústria do futuro”, completou.

O Centro para a Democracia e Tecnologia, organização suprapartidária criada em 1994, afirmou que o relatório coloca o governo norte-americano como “um ministério da verdade da IA" e que tem como objetivo impor às Big Techs criar modelos "que se ajustem à sua interpretação da realidade".

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